Promotor
Centro Cultural e Congressos - Caldas da Rainha
Sinopse
CASA PORTUGUESA, de Pedro Penim
Casa Portuguesa conta a história (ficcional) de um ex-soldado da Guerra Colonial que, dialogando com os seus fantasmas, se vê confrontado com a decadência e a transformação do ideal de casa, de família, de país e do cânone da figura paterna. Um retrato do que foi, do que é e do que poderá ser (ou não ser) a célula familiar patriarcal por excelência, a casa, tendo como pano de fundo os acontecimentos recentes da nossa democracia e revisitando a mais dolorosa das feridas abertas da nossa história.
Em data incerta, talvez no final dos anos 40, num bar de um hotel em Moçambique, três portugueses escrevem a canção Uma Casa Portuguesa, um fado pobre e alegre que reproduz um saudosismo estereotipado de uma ideia de Portugal, bem ao gosto da ideologia do Estado Novo. Fado que, passados 48 anos de vida democrática, ainda muitos portugueses sabem de cor.
Em 1968, Joaquim Penim, parte, a contragosto e contra a sua ideologia, para a Guerra Colonial em Moçambique, experiência que servirá de matéria, muitos anos depois, para o seu livro No Planalto dos Macondes.
Em 2021, Emanuele Coccia edita Filosofia della Casa, um ensaio que descreve a casa como um espaço em que injustiças, opressões e desigualdades foram escondidas e reproduzidas mecanicamente durante séculos. É na casa e através da casa, por exemplo, que se gera a maior parte da violência sexual, que se privilegia a heteronormatividade e o racismo.
É da conjugação destes três materiais – fado, diário de guerra e ensaio filosófico – que nasce o espetáculo Casa Portuguesa.
Ficha Artística:
Texto e encenação: Pedro Penim | Interpretação: Carla Maciel, João Lagarto, Sandro Feliciano e Fado Bicha (Lila Tiago e João Caçador) | Cenário: Joana Sousa | Figurinos: Béhen | Luz: Daniel Worm d’Assumpção | Sonoplastia e tema original: Miguel Lucas Mendes | Canção final: João Caçador (música), Lila Tiago (letra), Miguel Madeira (produção) | Carpintaria: Filipe Dominguez | Graffiti: Claúdio Sena | Assistência de encenação: Bernardo de Lacerda | Produção: Teatro Nacional D. Maria II | Agradecimentos: APICCAPS, Centro Cultural de Belém, Joaquim Penim, Josefinas, Levi’s, Mariano, Palácio do Grilo, Sanjo, Teatro Praga, Vasco Araújo